Energia e Clareza na Escrita: O Guia Definitivo para Manter a Voz Ativa em Artigos



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O que é a voz ativa e por que ela torna a escrita mais forte?

A voz de um verbo descreve a relação entre a ação e os participantes da frase. Na voz ativa, o sujeito da frase é quem realiza a ação. Por exemplo: "O redator escreveu o artigo." A estrutura é direta: Sujeito -> Verbo -> Objeto. Em contrapartida, na voz passiva, o sujeito é quem recebe a ação. O exemplo se torna: "O artigo foi escrito pelo redator." A voz ativa é inerentemente mais forte porque é mais direta, concisa e enérgica. Ela coloca a responsabilidade pela ação diretamente no sujeito, criando uma escrita mais dinâmica e fácil de seguir.

A escrita em voz ativa geralmente resulta em frases mais curtas e com menos palavras. Compare "A decisão foi tomada pela equipe" (6 palavras, voz passiva) com "A equipe tomou a decisão" (5 palavras, voz ativa). Embora a diferença pareça pequena, ao longo de um artigo inteiro, o uso excessivo da voz passiva adiciona um peso desnecessário, tornando o texto mais longo, arrastado e menos eficiente. A concisão é uma aliada da clareza, e a voz ativa é uma ferramenta fundamental para alcançá-la.

A clareza é significativamente aprimorada com a voz ativa porque ela responde imediatamente à pergunta "quem fez o quê?". A estrutura direta elimina ambiguidades. A voz passiva, por outro lado, pode ser vaga e evasiva, muitas vezes omitindo completamente o agente da ação. Uma frase como "Erros foram cometidos" deixa o leitor se perguntando quem cometeu os erros. "Nossa equipe cometeu erros" é uma declaração muito mais clara e transparente. A voz ativa promove a responsabilidade e a clareza.

Psicologicamente, a voz ativa é mais envolvente para o leitor. Ela cria um senso de imediatismo e ação, tornando o texto mais interessante e persuasivo. A voz passiva tende a ser mais formal, distanciada e acadêmica, o que pode ser apropriado em alguns contextos científicos, mas em artigos de blog e marketing de conteúdo, onde o objetivo é conectar e engajar, a energia da voz ativa é quase sempre a melhor escolha. Ela torna a sua escrita mais viva e confiante.

Como identificar a voz passiva em seus textos

A maneira mais fácil de identificar a voz passiva é procurar por uma combinação específica de verbos. A construção passiva quase sempre envolve uma forma do verbo "ser" (como foi, é, era, será, sendo, sido) seguida por um verbo no particípio passado (que geralmente termina em -ado ou -ido, como "escrito", "analisado", "feito"). Ao revisar seu texto, escaneie as frases em busca dessa dupla: [verbo ser] + [verbo no particípio]. Se você encontrar, a frase provavelmente está na voz passiva.

Outra pista é a presença da preposição "por" para indicar quem realizou a ação. Na frase "O relatório foi finalizado pelo gerente", a expressão "pelo gerente" é o agente da passiva. Se você consegue identificar quem ou o que está realizando a ação após a palavra "por", é um forte indicativo de que a frase pode ser reescrita de forma mais direta na voz ativa, colocando esse agente como o sujeito principal.

Pergunte a si mesmo: o sujeito da frase está fazendo a ação ou recebendo a ação? Em "O software foi atualizado", o sujeito "software" não está fazendo nada; ele está recebendo a ação de ser atualizado. Este é um sinal claro de voz passiva. O verdadeiro agente (quem atualizou o software) está oculto. A voz ativa revelaria esse agente: "A empresa atualizou o software".

Utilize ferramentas de escrita para ajudar na identificação. Editores de texto avançados e ferramentas como o Hemingway App ou o Grammarly são programados para detectar o uso da voz passiva e destacá-la para você. Usar essas ferramentas como parte do seu processo de revisão pode ser um ótimo treino para educar seu olho a reconhecer essas construções de forma mais natural, até que a identificação se torne automática.

Técnicas para converter a voz passiva em ativa

O primeiro passo para a conversão é identificar o agente da ação. Na frase "A pesquisa foi conduzida no ano passado", pergunte-se: "Quem conduziu a pesquisa?". Digamos que foram "os cientistas". Agora, você tem o sujeito que faltava para construir a frase na voz ativa. Com essa informação, a conversão se torna simples.

Com o agente identificado, a técnica é reestruturar a frase, colocando o agente como o novo sujeito. Pegue o agente ("os cientistas") e coloque-o no início da frase. Em seguida, use o verbo principal na sua forma ativa e coloque o antigo sujeito como o novo objeto. Assim, "A pesquisa foi conduzida pelos cientistas" se transforma em "Os cientistas conduziram a pesquisa". A frase fica mais curta, mais direta e mais forte.

E se o agente da ação for desconhecido ou irrelevante? Na frase "As chaves foram esquecidas", talvez não saibamos quem as esqueceu. Nesses casos, você pode precisar usar um sujeito mais geral, como "alguém" ou "nós". A frase se tornaria "Alguém esqueceu as chaves". Essa ainda é uma construção mais forte e direta do que a passiva. A escolha do sujeito dependerá do contexto do seu texto.

É importante notar que a voz passiva não é um erro gramatical e, em raras ocasiões, ela tem seu lugar. Ela é útil quando o receptor da ação é mais importante do que o agente. Por exemplo, em "O presidente foi eleito com 70% dos votos", o foco está no presidente, não em "as pessoas" que o elegeram. Ou quando o agente é desconhecido ou óbvio. No entanto, para a maioria da escrita de conteúdo, a regra de ouro é: prefira a voz ativa em 95% das vezes. Use a passiva apenas quando tiver uma razão específica e deliberada para fazê-lo.

O impacto final da voz ativa na experiência do leitor

O impacto mais imediato da voz ativa é a melhora na legibilidade e na compreensão. Frases ativas seguem a forma como nosso cérebro naturalmente processa informações (quem fez o quê com quem). Essa estrutura linear e direta reduz o esforço cognitivo necessário para entender a mensagem. Para o leitor, isso significa uma experiência de leitura mais fluida, rápida e agradável, especialmente em telas de dispositivos móveis, onde a capacidade de atenção é menor.

A voz ativa cria um senso de autoridade e confiança. A escrita passiva pode soar hesitante e burocrática, enquanto a escrita ativa soa confiante e assertiva. Ao assumir a responsabilidade pelas ações em suas frases, você projeta uma imagem de especialista que está no controle da informação. Essa confiança é transferida para o leitor, que passa a confiar mais na sua mensagem e na sua marca.

Um texto escrito predominantemente na voz ativa é mais persuasivo e memorável. A energia e o dinamismo das frases ativas capturam a atenção e tornam a mensagem mais impactante. Se o seu objetivo é convencer o leitor a tomar uma ação, a linguagem direta e focada da voz ativa é muito mais eficaz do que a abordagem indireta e distanciada da voz passiva. A ação na frase inspira a ação no leitor.

Dominar o uso da voz ativa é uma das habilidades mais transformadoras que um escritor de conteúdo pode desenvolver. É uma escolha estilística que vai muito além da gramática, impactando diretamente a clareza, o ritmo, a autoridade e a capacidade de persuasão do seu texto. Ao treinar-se para identificar e converter a voz passiva, você eleva sua escrita a um novo patamar, criando conteúdos que não são apenas informativos, mas verdadeiramente poderosos e envolventes.



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